Para essa entrevista nós d’A Bolha, como de costume, fomos atrás do material mais completo e interessante que poderíamos encontrar sobre o nosso livro da semana e próximo lançamento: Moomin.
Entretanto, apesar da obra de Jansson ser reconhecida no mundo inteiro, a maior parte das entrevistas publicadas com a autora é na sua língua natal, sueco ou em finlandês. Portanto, a entrevista traduzida abaixo não é com a autora da série, Tove Jansson, nem com a Senhorita Snork e nem com a Mamãe Moomin. Dessa vez, o material que escolhemos trazer para vocês hoje vem de uma entrevista feita com Tom Devlin para o site Comics Reporter em 2006. Tom é um dos fundadores da Drawn & Quarterly e o responsável por trazer Moomin para um mercado internacional, e a entrevista trata exatamente do momento em que o primeiro volume estava prestes a ser lançado pela editora. Leia mais abaixo.
Tom Devlin – Em 2011 eu fui até Helsinki e tive sorte o bastante para fazer um tour pelo estúdio de Tove Jansson. Ela viveu no mesmo largo estúdio por 57 anos. Era fácil de imaginar a Tove lá. Eu vi a mesa onde ela costumava escrever, eu vi o forno a lenha que ela usava para aquecer a sua casa durante os longos invernos; eu vi as prateleiras e prateleiras de livros ̶ muitos de autoria dela, ou seus livros favoritos de outros autores, ou até mesmo os álbuns de recortes de sua mãe, Signe, desenhados a mão, onde ela guardava as tiras que cortava do jornal. Eu vi a pequena alcova e a cama ainda menor onde ela dormiu por anos. Foi surpreendente o quão modesto o lugar inteiro parecia. Até onde eu sabia, ela era a maior celebridade literária da Finlândia, e mesmo assim ela viveu uma vida tão simples. Claro, eu devia ter sabido disso antes de atravessar a sua porta. Está nos seus livros. E manifestada visualmente em seus quadrinhos. Os próprios Moomins vivem sua vida modesta. Eles vivem muitas aventuras, mas o lar é simples, confortável, e não tem nada desnecessário.