No cruzamento da filosofia, da poética e do ensaio, Nathanaël nos entrega aqui uma correspondência que se oferece ao leitor como uma ética do encontro. Uma foto de Claude Cahun se impõe como alvo das atenções deste texto que, escrito num entregênero, se pretende tanto como narrativa (impossível) do desaparecimento, do afastamento e da (ir)responsabilidade histórica, quanto infatigável inferno de um olhar. O que volta a ser questionado nestas páginas e está irrevogavelmente em jogo é nossa situação diante daquilo que – da língua, mas também de e em nós mesmos – (nos) escapa.
É a primeira vez que o texto, parte do livro L’Absence au lieu (Claude Cahun et le livre inouvert), publicado em francês em 2007, é traduzido para o português.
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